26/08/2022 - Desafios microbiológicos na produção e utilização DDG nas dietas de aves
Os coprodutos de usinas de destilaria de milho, também conhecidos como DDG e WDG, são originados do processamento de grãos para obtenção de etanol, e estão cada vez mais populares nas dietas no Brasil. Em cada tonelada de milho processados são produzidos em média, 300 kg de DDG, 430 litros de etanol e 15 litros de óleo de milho, dependendo de cada indústria.
Na safra 2020/2021 estima-se que foi produzido 2,6 bilhões de litros, e cerca de 1,8 milhão de toneladas de DDG, uma quantidade relativamente pequena, frente a demanda do mercado. Com o aumento na disponibilidade desta matéria-prima de origem vegetal, a tendência é observar a redução de preço deste produto, da mesma maneira como ocorreu nos Estados Unidos.
Utilização na Alimentação Animal
Nos últimos anos, aumentou-se o número de amostras de DDG recebidas pela EsalqLab para análises bromatológicas, e foi observado que a variação nos resultados entre as amostras é muito grande. Na Tabela 1 apresentamos os resultados destas análises.
Notou-se que apesar de apresentar um baixo coeficiente de variação, algumas amostras demonstraram valores diferentes de proteína bruta. Um dos parâmetros que mais apresentou variação foi o extrato etéreo, isso devido a qualidade de extração do processamento do milho.
Outro componente que apresentou grande variação foi o carboidrato não fibroso, sendo essa variação muito relacionada à eficiência do processo de fermentação e incorporação de subprodutos nesta etapa de produção.
Este fato foi identificado nas variações de composição do produto, que resultaram em alterações importantes na formulação das dietas, para que não haja falta ou excesso de nutrientes e não prejudiquem a produção animal.
Os coprodutos de usinas de destilaria de milho, também conhecidos como DDG e WDG, são originados do processamento de grãos para obtenção de etanol, e estão cada vez mais populares nas dietas no Brasil. Em cada tonelada de milho processados são produzidos em média, 300 kg de DDG, 430 litros de etanol e 15 litros de óleo de milho, dependendo de cada indústria.
Na safra 2020/2021 estima-se que foi produzido 2,6 bilhões de litros, e cerca de 1,8 milhão de toneladas de DDG, uma quantidade relativamente pequena, frente a demanda do mercado. Com o aumento na disponibilidade desta matéria-prima de origem vegetal, a tendência é observar a redução de preço deste produto, da mesma maneira como ocorreu nos Estados Unidos.
Utilização na Alimentação Animal
Nos últimos anos, aumentou-se o número de amostras de DDG recebidas pela EsalqLab para análises bromatológicas, e foi observado que a variação nos resultados entre as amostras é muito grande. Na Tabela 1 apresentamos os resultados destas análises.
Notou-se que apesar de apresentar um baixo coeficiente de variação, algumas amostras demonstraram valores diferentes de proteína bruta. Um dos parâmetros que mais apresentou variação foi o extrato etéreo, isso devido a qualidade de extração do processamento do milho.
Outro componente que apresentou grande variação foi o carboidrato não fibroso, sendo essa variação muito relacionada à eficiência do processo de fermentação e incorporação de subprodutos nesta etapa de produção.
Este fato foi identificado nas variações de composição do produto, que resultaram em alterações importantes na formulação das dietas, para que não haja falta ou excesso de nutrientes e não prejudiquem a produção animal.
Desafios microbiológicos na produção e comercialização do DDG
Apesar das ótimas característica inseridas em sua composição, o DDG apresenta um risco em potencial para sua utilização na nutrição animal. Um deles é o risco microbiológico, representado principalmente pelas bactérias Gram-negativas, com ênfase à Salmonella, sendo o principal patógeno de contaminação na cadeia de produção de alimentos, mas também devemos nos atentar as bactérias Gram-positivas como Clostridium, que oferece risco à saúde pública.
Outro fator importante que deve ser considerado são os fungos, produtores de micotoxinas tóxicas, produzidas quando se encontram em estresse. As principais micotoxinas identificadas como perigo na produção de alimentos para animais são: Aflatoxina, Fumonisina, Zearalenona, Ocratoxina, Deoxynivalenol (DON).
As principais formas de contaminação e recontaminação microbiológicas no DDG estão ligadas ao final do processo produtivo, sendo evidenciadas após a etapa de secagem e armazenagem final do produto.
Em relação à proliferação e contaminação fúngica, o risco está associado à produção de micotoxinas, que estão vinculadas principalmente ao processo de armazenagem, uma vez que o produto pode ficar armazenado por um longo período de tempo, em locais que propiciam a proliferação dos fungos e das bactérias.
Outro importante desafio que devemos considerar na produção de DDG é a oxidação lipídica. O produto possui em sua composição uma parcela considerável de extrato etéreo que não foi extraída como óleo comercial de milho, e está sujeita a peroxidação dos ácidos graxos livres, e em estágios mais avançados, resultando na produção de compostos químicos secundários, como cetonas e aldeídos que são extremamente tóxicos.
Para manter aspectos de qualidade microbiológica e de oxidação do DDG se fazem essenciais o uso de produtos antisalmonelas, antifúngicos e antioxidantes.
Conclusão
A utilização de ferramentas estratégicas para o controle do risco microbiológico dos ingredientes de origem vegetal, principalmente o DDG, por bactérias e fungos, são de extrema importância para a manutenção da biosseguridade na cadeia de produção de alimentos.
Também deve-se considerar a possibilidade da oxidação dos lipídios presentes no DDG durante o processo de produção e armazenagem, uma vez que óleos e gorduras que apresentam valores de oxidação lipídica acima dos limites aceitáveis promovem desafios na cadeia de produção, causando perdas econômicas e riscos à saúde animal.
As referências bibliográficas estão com o autor. Contato: gisele.neri@kemin.com.
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Fonte: O Presente Rural
Créditos da imagem: Shutterstock