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23/03/2022 Pontos críticos que afetam a qualidade de pintos de corte

Após realizada a colonização precoce, é importante manter a microbiota intestinal em equilíbrio durante toda a vida das aves, através do uso contínuo de probióticos e outros aditivos como: ácidos orgânicos, prebióticos e óleos essenciais.

A qualidade dos pintos de corte é um assunto sério e visto com muita preocupação pela agroindústria, pois, mesmo antes do nascimento, essas aves já estão expostas a diversos riscos físicos e biológicos que podem debilitar sua saúde, aumentar a mortalidade e trazer perdas
econômicas significativas ao longo de toda a cadeia produtiva.

Vale lembrar que qualidade em pintos de corte significa alta viabilidade, boa uniformidade, bom ganho de peso e baixa conversão alimentar. O que deixa claro que mitigar riscos físicos e biológicos é decisivo para a saúde do negócio. Mas, de forma prática, como podemos minimizá-los? Quais são os principais pontos críticos que afetam o desenvolvimento inicial das aves e que precisam de
um acompanhamento próximo? É sobre isso que falaremos a seguir.

Riscos físicos e biológicos

Quando tratamos de riscos físicos, os principais são desidratação, umbigo mal cicatrizado, problemas locomotores, problemas na penugem, más-formações e desuniformidade. Ainda que sejam bastante relevantes e precisem de atenção, nesse artigo vou focar em questões relacionadas aos problemas biológicos, especialmente os causados por Enterobactérias, que estão entre as principais patologias que afetam a saúde intestinal de frangos de corte.

Microbiota intestinal e sua relação com a qualidade dos pintos

A microbiota intestinal é composta por microrganismos, em especial bactérias, que habitam o intestino das aves e que são responsáveis pela produção de energia, vitaminas, enzimas e desempenham funções essenciais para a sua saúde e performance.

Entendendo os riscos biológicos

As contaminações mais comuns são aquelas causadas por Enterobactérias, como Salmonella spp., Pseudomonas aeruginosa e, principalmente, Escherichia coli (APEC). Esta última tem sido um problema atual para a maioria das empresas, por ter participação nas onfalites, aerossaculites, salpingites, peritonites, pericardites e celulites. No entanto, apesar da sua influência direta, na maioria das vezes a E. coli patogênica aviária não é o único agente infeccioso envolvido: ele é um patógeno oportunista. O importante é entender que, independentemente de qual Enterobactéria esteja envolvida, a microbiota intestinal em equilíbrio é fundamental para minimizar problemas e controlar as contaminações causadas por esses agentes. Além de contribuir para o desenvolvimento futuro do frango de corte.

Como a microbiota não é estática, é preciso haver iniciativas que promovam seu equilíbrio, ou seja, mantenham a eubiose ao longo de toda a cadeia produtiva. Isso significa que o cuidado começa com a microbiota da reprodutora, para mitigar a transmissão vertical de bactérias patogênicas.

Probióticos e equilíbrio da microbiota

Então, como trabalhar para favorecer esse equilíbrio? Uma das alternativas é o uso de probióticos. Eles contribuem com a formação de uma microbiota equilibrada e, ao mesmo tempo, estimulam o desenvolvimento e a maturação do sistema imune inato e específico local (GALT), resultando em uma melhor integridade intestinal das aves.

Quando começar: colonização precoce

A colonização intestinal das aves deve começar ainda no incubatório com a aplicação via spray de probióticos de exclusão competitiva, ou com a inoculação “in ovo” de probióticos de múltiplas cepas láticas, que também podem ser aplicados via spray, logo após o nascimento. Isso vai favorecer a formação intestinal e aumentar a proteção contra bactérias indesejáveis como as cepas patogênicas de Escherichia coli (APEC), salmonelas paratíficas e Clostridium perfringens, que colocarão em risco a integridade intestinal.

Em outras palavras: a colonização precoce é o ponto de partida para ganhos zootécnicos, estimulando o sistema imune e dificultando a colonização de bactérias patogênicas, que podem estar presentes na ração, água, cama e ambiente de criação das aves.

Após realizada a colonização precoce, é importante manter a microbiota intestinal em equilíbrio durante toda a vida das aves, através do uso contínuo de probióticos e outros aditivos como: ácidos orgânicos, prebióticos e óleos essenciais.

Afinal, as aves são constantemente desafiadas por patógenos que colocam em risco a integridade intestinal e a rentabilidade do negócio.

 

 

Fonte: O Presente Rural

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