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06/09/2022 - Especialista destaca evoluções da vacinação na postura comercial

A constante modernização da indústria avícola exige dos produtores atenção redobrada com a saúde dos plantéis, principalmente em razão da produção ocorrer em sistema intensivo com grande número de animais. A vacinação é uma das principais armas para evitar uma série de enfermidades que podem comprometer seriamente a produção.

Na avicultura de postura as vacinas têm um papel indispensável na prevenção, controle e erradicação de doenças. Conforme a doutora em Medicina Veterinária, Lívia Soares, em virtude do longo ciclo de vida das aves de postura comercial é fundamental preparar bem o sistema imune para que possam chegar ao final da vida com um bom status de saúde. “Ou seja, produzindo bem e produzindo alimento seguro”, destaca a profissional.

Programa de vacinação

O programa de vacinação deve ser cuidadosamente pensado para cada granja, dependendo dos desafios, possibilidades de manejo e objetivos. Em postura comercial, o mesmo deve incluir o uso de vacinas vivas e inativadas por se tratar de um ciclo longo, além do que a imunidade sistêmica para algumas doenças e com impacto direto na proteção do trato reprodutivo da ave. “As vacinas vivas e inativadas continuarão sendo essenciais em um programa de vacinação devido a maneira de atuar no sistema imune”, explica.

As vacinas estão em constante atualização, seja no que diz respeito a antígenos, adjuvantes, processos de produção ou processos de aplicação.

De acordo com Lívia, o objetivo de tais evoluções sempre é atender a demanda das aves, por exemplo, com antígenos mais tecnológicos, maior duração da imunidade e/ou menor reação pós-vacinal. “Atualmente os lotes de aves estão com ciclo de vida mais prolongado, graças à evolução genética, produzindo bem e com qualidade”, pontua Lívia. Neste contexto, é essencial, segundo ela, ajustar os programas de vacinação. “Isso deve ocorrer desde o primeiro dia para acompanhar as mudanças e fazer o possível para que cheguem ao final da vida com bom status sanitário”, assegura.

Vacinas

As vacinas são formuladas para serem seguras e eficazes. O processo de vacinação, quando realizado de maneira correta, não causa nenhum impacto na produção, entretanto existe fatores que podem influenciar a experiência com as vacinas/vacinações: tipo de antígeno (bacterinas tendem a ser naturalmente mais reativas que vacinas víricas inativadas); grau de atenuação de vacinas vivas (podem causar mais ou menos reação secundária) e tipo de emulsão (emulsões duplas causam menos reação ao músculo da ave).

As vacinas vetorizadas ganham uma importância crescente, aponta Lívia, tanto como ferramenta estratégica para certas enfermidades como laringotraqueíte/mycoplasma, “ou então por proporcionar imunidade contra mais de um antígeno já na planta de incubação”, menciona.

Suporte tecnológico

Como em qualquer setor, a tecnologia é fundamental para o desenvolvimento da prevenção animal. Ela está presente antes mesmo do início do processo de produção, com novas formas de produzir antígenos, tecnologias de adjuvantes mais avançadas, embalagens sustentáveis, sistemas de distribuição diferenciado, até a aplicação com equipamentos mais desenvolvidos.

A tecnologia está presente também no crescente controle da traçabilidade no processo de vacinação e, segundo Lívia, é uma das exigências em grandes cadeias de consumo. “No mercado já existem vacinas que possuem chips RFID e equipamentos que fazem a leitura dos mesmos, garantindo que esses dados possam ser rastreados”, ressalta.

Doenças

A epidemiologia das doenças, em qualquer produção animal, deve ser analisada localmente, afinal, conforme Lívia, existem enfermidades que são de relevância mundial e podem ser comentadas a nível generalista. “Quando falamos em postura comercial brasileira, os complexos respiratórios continuam demandando especial atenção e estratégias a médio/largo prazo, como a pneumovirose, bronquite e coriza”, explica. No entanto, segundo Lívia, não se pode negligenciar a saúde intestinal, a qual é altamente afetada por patologias como a coccidiose e salmonelose e “tem um impacto direto na performance de lotes que são mantidos por mais de 100 semanas de idade”, menciona.

Fonte: O Presente Rural

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